Você já se perguntou por que pessoas brancas são privilegiadas com as melhores oportunidades e posições em detrimento de pessoas pretas? O racismo estrutural nos ensina a categorizar e atribuir valor às pessoas de acordo com a cor de sua pele. Entenda o que é o racismo estrutural e confira os exemplos em nossa sociedade.
O que é racismo estrutural?
É por causa do racismo estrutural que pessoas pretas são seguidas em lojas pelo segurança do estabelecimento, mesmo sem apresentarem qualquer comportamento suspeito. E é por isso que negros têm mais do que o dobro de chance de serem assassinados no Brasil.
Como a própria expressão denota, o racismo estrutural é o racismo consolidado na estrutura social, na forma como a sociedade é organizada, onde pessoas brancas são naturalmente mais privilegiadas do que pessoas pretas e pardas. É a concepção de racismo que faz parte da cultura de um povo e contribui para a perpetuação de desigualdades.
Racismo Estrutural no Brasil
No Brasil, o racismo estrutural reforça e mantém, até hoje, os padrões sobre a qual a sociedade brasileira foi construída, mantendo o privilégio da branquitude patriarcal, o desprezo e a desvalorização das pessoas pretas e pardas como reflexo de um processo histórico que remonta ao colonialismo e à dominação dos brancos europeus sobre índios e negros africanos.
Por mais de 300 anos, o trabalho escravo foi um dos pilares econômicos do país. Índios foram considerados selvagens e esses grupos considerados inferiores foram submetidos a um processo de aculturação e dominação pelos portugueses.
Foi a partir dessa construção histórica que a ideia de que os brancos são superiores aos negros e indígenas se enraizou e foi replicado, criando uma hierarquia de humanidade baseada na cor da pele.
O livro Racismo Estrutural, de Silvio Almeida, diz que o racismo estrutural inclui todas as outras formas de racismo, tanto a concepção individualista, quanto a concepção institucional, pois os comportamentos racistas a nível individual e institucional são reflexo de uma sociedade onde o racismo é uma regra, e não uma exceção.
Exemplos de racismo estrutural
Pessoas brancas recebem, naturalmente, melhor tratamento social, melhores oportunidades e ocupam posições sociais de destaque, enquanto pessoas pretas e pardas possuem menos acesso a essas oportunidades, pois o racismo estrutural as coloca em uma condição de desvalorização e incapacidade ditadas pelo tom de sua pele.
Em muitas situações e estatísticas é possível enxergar o racismo estrutural:
1. Utilização de expressões linguísticas racistas. Ex.: denegrir; a coisa tá preta; lista negra; mercado negro; ovelha negra;
2. Negros são as vítimas em 75% dos casos de morte em ações policiais;
3. A ausência de pessoas negras em cargos de lideranças nas maiores companhias do país;
4. A maioria de alunos brancos nos cursos das melhores universidades;
5. A chance de um jovem negro ser vítima de homicídio no Brasil é 2,5 vezes maior do que a de um jovem branco;
6. Mulheres negras sofrem mais violência obstétrica que mulheres brancas;
7. Em 2019, os negros representaram 66,7% da população carcerária;
8. Pretos e pardos morreram mais de Covid-19 do que brancos no Brasil, o que está relacionado a variáveis demográficas e socioeconômicas dessa população;
9. Pretos e pardos correspondem a 64% dos desempregados e 66% dos subutilizados;
10. A maioria dos parlamentares no Congresso Nacional são pessoas brancas;
11. Pouca representatividade de negros e indígenas na televisão;
12. De acordo com o Atlas da Violência 2021, a população negra representa 77% das vítimas de homicídio no Brasil.
Atualizado em: 06/09/2023 na categoria: Exemplos em Geral