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Exemplo de Referencial Teórico

O referencial teórico do projeto de pesquisa também recebe os nomes de fundamentação teórica ou embasamento teórico e é a parte do esboço da pesquisa onde deve estar a sustentação das ideias apresentadas no trabalho, tudo escrito de maneira objetiva.

O que deve conter?

No tópico referente ao referencial teórico, o pesquisador/docente deve fazer referência aos autores e obras que foram consultados e que serviram de base teórica e conceitual para o seu trabalho acadêmico.

A apresentação deste conteúdo pode ser através de Revisão de Literatura e/ou Estado de Arte, com diferenças entre os dois tipos:

Na Revisão de Literatura, os autores, suas ideias e reflexões não devem ser citados aleatoriamente, mas através de um percurso evolutivo do tema, resultando em um apanhado geral com a utilização de citações diretas e/ou indiretas das obras utilizadas dentro das normas da ABNT.

No Estado de Arte, a fundamentação teórica deve ser escrita como uma dissertação onde os principais autores sobre o tema, suas obras e conceitos devem ser citados com o objetivo de demonstrar o panorama atual de uma determinada área de estudo, o ponto a qual ela alcançou até hoje, suas tendências e seu potencial.

Exemplos de Referencial Teórico

Confira três exemplos de Referencial Teórico:

Tema da pesquisa: AUDITORIA NOS PROCESSOS OPERACIONAIS INTERNOS DE PEQUENAS EMPRESAS REVENDEDORAS VAREJISTAS DE COMBUSTÍVEL.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

 

Este tópico refere-se à abordagem das seguintes conceituações: auditoria; auditoria interna; objetos da auditoria e seu planejamento; procedimentos da auditoria; papéis de trabalho da auditoria e seus aspectos fundamentais; controles internos e seus objetivos; relatório de auditoria.

 

2.1 AUDITORIA

 

A auditoria é um dos ramos de atuação no qual o profissional de contabilidade pode se especializar e divide-se em dois tipos: Auditoria Externa e Auditoria Interna. Segundo Araújo (2004, p. 20), a Auditoria Externa:

É a auditoria realizada por profissionais qualificados que não são empregados da administração auditada, com o objetivo precípuo (principal) de emitir uma opinião independente, com base em normas técnicas, sobre a adequação ou não das demonstrações contábeis. Também conceituada como auditoria independente, é a auditoria contábil realizada por especialistas não vinculados à organização examinada.

 

Segundo Crepaldi (2009, p. 41):

A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações, como um serviço prestado à administração. Constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e avaliação da eficiência de outros controles.

 

A auditoria é realizada por contadores especializados na área que buscam assegurar a fidedignidade de todos os relatórios gerados por seus processos operacionais e controles internos. Para Franco e Marra (2000, p. 26) a auditoria é:

A técnica contábil que através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionadas com o controle do patrimônio de uma entidade objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com princípios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nela demonstradas.

 

2.2 AUDITORIA INTERNA

 

A realização da auditoria interna tem como objetivo regular, analisar e examinar os lançamentos acerca dos controles internos da empresa. É uma medida de proteção contra manipulação de informações e fraudes. Para Attie (1992, p. 29):

 

A auditoria interna, através de suas atividades de trabalho, serve à administração como meio de identificação de que todos os procedimentos internos e políticas definidos pela companhia, assim como os sistemas contábeis e de controle interno, estão sendo efetivamente seguidos e que as transações realizadas estão refletidas contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos.

 

O departamento da auditoria interna em uma empresa fica, dentro de uma estrutura organizacional, entre a presidência da mesma e as diretorias financeira, administrativa e técnica. O trabalho do auditor interno, portanto, tem total independência profissional, seguindo, é claro, as normas de auditoria. Para Almeida (2010, p. 5), o auditor interno “é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina.”.

A empresa que conta com a atuação de um auditor interno tem o seu controle interno assegurado, pois é ele o responsável por atestar se o processo e os sistemas de controle estão sendo realizados com eficiência. Ele averigua se as normas internas estão sendo rigorosamente cumpridas e também coloca em pauta, quando necessário, a necessidade da implantação de novas normas.

O auditor interno realiza auditoria contábil e operacional através de uma grande quantidade de testes, pois como é empregado da empresa ele dispõe de mais tempo para realizá-los em comparação com o auditor externo, por exemplo. É interessante ressaltar que a profissão do auditor interno surgiu a partir da profissão do auditor externo. Este último realiza apenas a auditoria contábil e seu objetivo é fazer a análise dos relatórios contábeis para verificar se eles estão em conformidade com o patrimônio e a parte financeira da empresa.

Frente à concorrência de caráter global que impera no mercado em que as pequenas empresas estão inseridas, a auditoria interna passou a ser mais uma ferramenta fundamental para garantir o desenvolvimento das mesmas através de melhorias que podem ser implementadas de acordo com a verificação dos seus controles internos e procedimentos operacionais.

De acordo com a Lei Geral, enquadram-se como pequenas empresas a empresa individual, a sociedade empresária simples ou de responsabilidade limitada e todo empresário individual cuja soma do faturamento anual é maior que R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e menor ou igual que R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Para o BNDES, configura-se como pequena empresa, por sua vez, a empresa cujo faturamento anual é maior que 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e menor que R$ 10.500.000,00 (dez milhões e quinhentos mil reais). Para o Sebrae, uma pequena empresa é aquela que conta com 10 a 19 funcionários nos setores comercial e de serviços ou 20 a 99 funcionários nos setores industrial e de construção.

Segundo Almeida (2009, p.70):

Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias.

 

Para Attie (1992, p.26):

 

Cabe à auditoria interna, desde este instante, convencer a alta administração e seus executivos de que pode auxiliá-los na melhoria dos seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo correção, para obter destes o apoio necessário ao desenvolvimento de prestação de serviço a toda empresa.

 

2.3 OBJETOS DA AUDITORIA

 

A auditoria fundamenta o seu parecer a partir de fatos e evidências. O auditor utiliza-se de todo tipo de documento que ateste a veracidade das atividades operacionais e de todos os registros gerados pelos sistemas de controles internos da empresa. Seus objetos incluem arquivos, registros contábeis, notas fiscais, fichas, anotações, até mesmo fatos não registrados, mas que possuem evidências claras de sua segurança. Tudo isso é o que consiste nas provas do auditor, em seus informes para obter resultados condizentes com a realidade, com total segurança acerca do controle interno da empresa em que atua.

 

2.4 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

 

Os procedimentos de auditoria incluem: exame físico; confirmação externa, exame de documentos originais; conferência de cálculos; exame da escrituração; investigação minuciosa; inquérito; exame dos registros auxiliares; correlação das informações obtidas; e observação.

De todos eles, o que atesta mais segurança é a confirmação externa, pois os dados e informações obtidas através desse procedimento provêm de indivíduos que não tem relação direta com a empresa, o que evita ainda mais a possibilidade de fraude ou sabotagem. Segundo Almeida (2010, p. 35), os exemplos de operações e transações que são verificados na confirmação externa incluem “dinheiro em conta corrente bancária; contas a receber de clientes; estoques em poder de terceiros; títulos em poder de terceiros; contas a pagar a fornecedores; empréstimos a pagar”.

O exame físico, por sua vez, trata-se de um procedimento complementar que serve para o auditor atestar a veracidade do comparativo entre os valores registrados e a realidade para que ele tenha certeza da existência do item analisado, contando com a confirmação de sua visualização, existência física, autenticidade, quantidade e qualidade no que diz respeito a sua condição de uso. É tarefa do auditor conferir os bens em poder da empresa para se certificar de sua existência, utilizando documentos contábeis para obter a identificação.

Dando seguimento, o procedimento referente ao exame dos documentos originais nada mais é do que a análise dos documentos que comprovam as transações comerciais ou de controle. Não é só o lançamento contábil que o auditor irá verificar, mas também o documento que originou esse lançamento para que seja conferida a sua legitimidade. Quatro pontos são de extrema importância para o auditor na realização da verificação documental: autenticidade, normalidade, aprovação e registro.

Quanto à conferência de cálculos, trata-se de um procedimento simples, mas completo, onde estão incluídos cálculos como depreciação e equivalência patrimonial. Como estão envolvidos inúmeros cálculos nesse processo, é preciso atenção e a realização da conferência minuciosa dos lançamentos para eliminar qualquer possibilidade de erro.

Para Attie (2010), o exame da escrituração “é o procedimento de auditoria usado para o levantamento de análises, composições de saldo, conciliações etc.”. Adentrando na investigação minuciosa, é através dela que acontece o exame profundo do objeto auditado com o objetivo de certificar a sua veracidade. Para que isso seja possível, o auditor deve ter os conhecimentos requeridos para constatar a existência dos possíveis erros. Pode-se utilizar, dentro desse procedimento, o exame minucioso de pagamentos realizados e o exame minucioso da provisão para crédito de liquidação duvidosa, por exemplo.

O inquérito é o método utilizado para coletar informações e dados que fornecerão o conhecimento necessário sobre o sistema de controle interno da empresa, sobre as tarefas executadas e demais explicações cabíveis e necessárias ao exame dos objetos auditados. O procedimento em questão é feito através de perguntas em conversações normais ou declarações formais. Depois disso é necessário que haja uma análise detalhada das respostas que se obteve, pois apenas aquelas em que se baseiam em fatos reais e relevantes são importantes para o prosseguimento da auditoria.

O exame dos registros auxiliares configura a base para a certificação da veracidade dos registros principais examinados. Durante o procedimento o auditor deve ficar atento às chances de adulteração dos mesmos.

A correlação das informações obtidas consiste na relação equilibrada do sistema de partidas dobradas. Dessa maneira, a sua execução deverá relacionar as informações colhidas entre si, executando serviços relacionados às outras áreas do balanço ou do resultado de seu exercício, como o pagamento aos fornecedores que tem influência nas contas a pagar e no disponível.

Através do procedimento de observação o auditor pode, mediante o seu conhecimento na matéria em questão, apontar erros e problemas a partir da observação crítica sobre, por exemplo, os passivos não registrados.

 

2.5 PAPÉIS DE TRABALHO DA AUDITORIA

 

Os papéis de trabalho da auditoria consistem no registro definitivo do trabalho executado pelo auditor, constituindo prova do mesmo. Os papéis de trabalho incluem as informações e os fatos encontrados pelo auditor, como o seu trabalho foi realizado e quais as conclusões sobre o exame completo dos mesmos, incluindo críticas, sugestões e opiniões acerca da auditoria realizada.  É imprescindível que eles apresentem riqueza de detalhes sobre a auditoria realizada.

O auditor deverá incluir todas as informações e fatos importantes, a finalidade de seu exercício, as fontes utilizadas para obter informações e, por fim, suas opiniões e conclusões. Os papéis de trabalho devem ser confeccionados de maneira que outro auditor não envolvido na auditoria seja capaz de entendê-los completamente, atentando-se aos seus aspectos fundamentais: completabilidade, objetividade, concisão, lógica e limpeza.

Podem ser utilizados três tipos de papéis de trabalho: programa de auditoria; papéis elaborados pelo auditor; e outros papéis de trabalho, que podem incluir contratos e cartas de confirmação, por exemplo. Quanto à divisão dos papéis de trabalho, ela pode ser feita em pasta de papéis permanentes e pasta de papéis em curso, sendo a pasta permanente os papéis cujas informações são utilizadas em bases permanentes e papéis em curso a pasta que reúne as informações necessárias apenas para o trabalho em curso, como o próprio termo já denuncia.

A revisão dos papéis de trabalho é realizada em três fases: pelo sênior, pelo gerente e pelo sócio, respectivamente. A partir desse ponto o supervisor assume a palavra sobre o cumprimento da auditoria e o alcance dos objetivos aventados.

2.6 CONTROLE INTERNO

O controle interno constitui a base para o bom desempenho de uma empresa, de forma que a continuidade da mesma torna-se inconcebível sem um sistema eficaz que desempenhe a operação. Segundo Almeida (2010, p. 42) o controle interno de uma empresa representa: “o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa”. Pode-se, também, dizer que consiste na direção, restrição, governo e conferência de todas as atividades de modo global.

Os objetivos do controle interno incluem a proteção dos interesses da empresa, a exatidão e o grau de confiabilidade dos relatórios contábeis, financeiros e operacionais, a estimulação da eficiência nos processos operacionais e a adesão às políticas existentes.

Quanto aos seus princípios fundamentais, versam sobre: a) responsabilidade, que diz respeito à definição e à delimitação das atribuições dos funcionários e dos setores internos da empresa; b) rotinas internas, que devem estar definidas no manual de organização da empresa; c) acesso aos ativos, que consiste na limitação de acesso e controle dos funcionários em relação a seus ativos; d) segregação de funções, que estabelece que a mesma pessoa não possa ter acesso a duas funções incompatíveis quanto ao sistema de controle interno; e) confronto dos ativos com os registros, cuja denominação é autoexplicativa; f) amarrações do sistema, que possibilitam somente a realização das transações permitidas; g) auditoria interna; h) custo do controle em contraste ao benefício; i) limitações do controle interno.

2.7 RELATÓRIO DE AUDITORIA

 

O relatório de auditoria é apresentado ao fim de todo o exercício e expõe os déficits existentes em relação aos procedimentos operacionais e controles internos, equívocos, erros e possíveis atividades fraudulentas, além das sugestões de melhorias com o objetivo de salvaguardar as operações da empresa e por isso é uma ferramenta importante na tomada de decisões. Deve ser imparcial, independente, claro e objetivo. Nele devem constar as informações do trabalho realizado, o alcance do mesmo e a forma como foi desempenhado, todos os fatos relevantes que devem ser explanados, as conclusões e o parecer final do auditor interno sobre os processos operacionais, as demonstrações contábeis ou outras peças examinadas.

É importante ressaltar que o auditor deve estar munido de todos os documentos comprobatórios (papéis de trabalho) que sustentam as demonstrações do relatório da auditoria, principalmente os documentos que podem ser alterados depois da realização da auditoria. Caso o auditor não constate qualquer ponto que seja relevante para ser registrado, o relatório a ser emitido será o que recebe a denominação de “Carta de Visita”, onde será anunciado que não houve quaisquer comentários.

Em mais um exemplo, é possível perceber que o texto que fala sobre o referencial teórico da pesquisa pode começar indicando as áreas de estudo e as estratégias utilizadas na construção teórica do trabalho:

O Referencial teórico também deve demarcar a compreensão dos autores e obras sobre o tema:

Agora que você já sabe como fazer o Referencial Teórico de sua pesquisa, mãos à obra!

Atualizado em: 29/06/2023 na categoria: Acadêmicos